Ter fé no humano

Temos muito ainda por fazer.
Não olhe pra trás,
Apenas começamos.
O mundo começa agora,
Apenas começamos.
(Renato Russo)

Esse é o discurso que fiz na formatura da Turma Emmanuel Henrique Souza Rodrigues, do Instituto Dom Pedro I. A turma carinhosamente me homenageou. Nele eu traço importante ato de fé meu no ser humano, em como devemos ser pessoas melhores e acreditar em si. Na foto, eu com a turma (NOTA: Coloquei essa por não ter outra melhor. Se alguém tiver, mande-me, por favor, que substituo).

Ajudar as pessoas a ser o melhor que elas podem ser. É assim como eu defino o que professor faz. Eu sou professor não só pela descoberta de novos mundos que o conhecimento traz, porque é bom estar falando em coisas interessantes, mas sou também por causa do olho brilhando, do sorriso, da descoberta, do dar nova forma ao mundo, pela crença no ser humano. É muito bom estar aqui, diante de vocês, na formatura do Instituto Dom Pedro I, sendo lembrado de maneira tão carinhosa pela turma. Isso significa que, de alguma forma, a turma compreendeu essa lição que baseia meu caminho profissional e pessoal, que passa pelo conteúdo em sala de aula, mas vai além dele. Isso é muito gratificante, me alegra bastante.

Costumo pensar que a educação é um grande ato de fé! De fé no ser humano, de fé em dias melhores. É um ato revolucionário, daqueles que quando a gente abraça e entende o sentido profundo que ela tem de transformar o mundo, a gente se torna amante do mundo que podemos ajudar a formar. A educação é também ato de amor, quando exercida da maneira exata como deve ser. É um ato de libertação. É um ato de brilho nos olhos.

Eu também fui aluno, e aluno dessa turma. Quero, novamente, agradecer a vocês por terem me ajudado a ser um professor melhor e uma pessoa melhor, por terem me ensinado como sê-lo. Agradecer a paciência que tiveram comigo, pois sei que não foi fácil! Agradecer porque, mesmo nas vezes que eu fui contraditório na minha prática enquanto professor, vocês me entenderam ou ao menos tentaram. Agradecer por terem dado brilho à minha vida durante tanto tempo. Às vezes esquecemos que o professor, que está à frente da turma, que está sempre reclamando com um ou outro que conversa, que é rude em tantos momentos, que é severo, seco… às vezes esquecemos que ali por traz bate também um coração. Foi esse coração que vocês ajudaram, duma forma ou de outra, a aquecer.

Mas a escola como um todo me ensinou a ser professor. A gente não aprende a ser professor na faculdade, mas no dia a dia da prática pedagógica. Se eu sou, de alguma forma, um bom professor, se agora estou voando a novos céus, eu devo isso ao Instituto Dom Pedro I por ter acreditado em mim como pessoa e como profissional, por ter apostado no meu potencial! Agradeço imensamente a tudo que a escola me trouxe. Obrigado, Miriam!

Se no início da minha fala eu disse que ser professor é ajudar as pessoas a ser o melhor que elas podem ser, gostaria que a última coisa que falasse pra vocês enquanto professor, a última lição, seja: ACREDITEM EM SI MESMOS! Acreditem no potencial que vocês têm! Vocês tiveram durante tanto tempo, na escola, professores que lembravam vocês dessas coisas. Agora vocês devem ir voar por si sós, sem a ajuda nossa. Mas como aves que sabem o momento exato de deixar o ninho, ganhem o céu! O caminho do conhecimento está apenas começando! Eu, e sei que os outros professores também, vislumbram em vocês o bom, o melhor, o belo, uma vida de felicidade por onde vocês passarem! Acreditem nesse potencial que vocês têm! Exercitem o amor! Estaremos aqui, agora como amigos, sempre torcendo por vocês! E voem alto, muito, muito alto, porque as alturas é o lugar de vocês! Obrigado!